quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

FILOSOFIA E CONHECIMENTO DA ARQUITETURA


Frank Svensson


A contribuição de Hegel ao conhecimento da arquitetura

Hegel concebeu o desenvolvimento social como um movimento a caminho da realização de um espirito universal. Ligado a essa concepção, evidencia dois aspectos fundamentais para o conhecimento histórico moderno:

1 - O homem é o ator fundamental da história mundial.

2 - A História se apresenta como uma complexa teia de feitos, limitados e em mutação. mas integrados num sistema único, harmônico e racional.

Para relacionar esses dois aspectos, desenvolve a formulação de seu método dialético, o qual, sem dúvida, é a sua principal contribuição à busca do conhecimento da verdade. Esse método estabelece uma concepção de mundo como processo de constantes mu-danças sujeitas à ação de leis ou relações internas estáveis. Seu sistema de tríadas constitui o fulcro da dialética hegeliana, mediante a qual se torna possível a mútua condicionalidade dos fenômenos da Natureza e da Sociedade, dentro do complexo processo de evolução a que está submetida toda a realidade objetiva. Pressupõe a preexistência de urna Ideia absoluta, à margem do mundo e dos homens, que constituiria o fundamento do mundo. Pela sua essência, é um princípio ativo, porém sua atividade não pode manifestar-se a não ser no conhecimento de si. A Ideia absoluta implica em contradições internas, movimenta-se e muda, transformando-se em seu contrário. No curso de seu desenvolvimento dialético, a Ideia passa por três fases principais. A primeira é a fase lógica, anterior ao mundo, de onde a Ideia absoluta opera, todavia, no elemento do pensamento puro.  A Ideia absoluta manifesta-se então como um sistema de conceitos e categorias lógicas, como um sistema de lógica. Na segunda fase, a Ideia sofre uma metamorfose, convertendo-se na Natureza, que é a corporificação da Ideia absoluta. A terceira fase, a superior, da Ideia, é a fase do Espirito absoluto. Nessa a Ideia absoluta nega a Natureza e volta a ser ela mesma, e novamente o vir-a-ser prossegue no domínio do pensamento humano. Com esta fase, Hegel relaciona a etapa da consciência individual, da consciência social e por fim a etapa suprema, em que a Ideia, sob forma da religião, da arte e da filosofia, chega ao termo do conhecimento de si.

A debilidade do método hegeliano reside em seu caráter idealista. Hegel atribuiu a racionalidade da História ao predomínio de uma vontade sobrenatural, cuja ação se corporifica na Natureza, desde as manifestações mais individuais até assumir a forma universal. Ao definir que a História é a história da realização do espirito universal, cuja evolução é possível denotar através do espirito predominante nas nações — formação sócio-econômico-geográfica do período capitalista — e pelo grau de democracia exercida pelos indivíduos nas mesmas, evidenciou a ideia de uma evolução gradual da Sociedade. Mas ao limitar, de forma absoluta, tal evolução ao mundo germânico, contemporâneo seu, e tendo como resultado final o Estado Nacional burguês, impediu a possibilidade de um desenvolvimento futuro em escala mundial, limitando a evolução histórica a um presente local imutável.

Em que pese tal limitação, vista historicamente, temos que reconhecer a transcendência da contribuição de Hegel para o desenvolvimento do conhecimento histórico, através da formulação de seu método dialético e o consequente relacionamento do conhecimento da Natureza com o conhecimento da Sociedade. A Historia começa a ser entendida como historia social, a historia do homem como ator da transformação da Natureza, e assim, principal configurador da materialidade social.

Johann Christopf Friedrich von Schiller (1759-1805) e Emanuel Kant (1724-1804), precursores da escola filosófica alemã, viram a criação do belo relatada única e exclusivamente à forma de representação do objeto. As teorias a isso ligadas  relacionaram o objeto real aos interesses do sujeito que o considera, dando preferência cognitiva à experiência subjetiva do objeto considerado.  Viram como da alçada do próprio artista, tomar posição sobre se o objeto da obra artística tem uma existência objetiva, se é conhecido objetivamente ou não.  O objeto portador do belo é contemplado independente de poder ser entendido de outro modo que não o estético.  Abandona-se o terreno das relações reais do mundo para concebê-lo esteticamente, como se não estivesse condicionado por nada, ou seja como se fosse absolutamente livre.  A arte acaba convertendo-se numa ilusão, sem contato com a objetividade do sujeito existente e interessado, sem posição alguma dentro do mundo real.  Sobre  essa base conceptual surge um corpo de teorias estéticas que veem a obra de arte, inclusive as de arquitetura, como objeto de prazer e fruição.   É sobre essa base que os enfoques sensualistas e vitalistas --- intuicionistas e fenomenólogos existencialistas --- de filósofos e teóricos da arquitetura do nosso século vieram a se apoiar.

A estética defendida por Hegel, em contraposição, não é uma estética formal mas uma estética de conteúdo.   Sua estética atenta para o conteúdo, para melhor poder analisar as obras de arte.   Em que pese ater-se à conceituação burguesa de arte, iniciada por Kant defendendo o ponto de vista de que a arte deve ser motivo de prazer, a arte, para Hegel, tem um objeto.  A estética de Hegel oferece uma relação sistemática entre os ideais artísticos e a realidade exterior, sob forma de coisas, homens e atos.

A estética de Hegel se divide em três grandes partes.   A primeira trata da ideia da beleza artística em si, ou seja, de seu ideal;  a segunda trata do desenvolvimento do ideal até converter-se nas formas da beleza artística; a terceira, rica em exemplos concretos, considera o sistema das artes uma a uma.1

No caso da arquitetura, Hegel busca a sua autonomia como ramo artístico, à partir da necessidade natural do homem se abrigar ou de abrigar a imagem que o mesmo faz do seu deus.  Daí ser o primeiro a falar objetivamente de espaço em relação à arquitetura.2  Um espaço que mais lembra o da escultura, mas ocupado, dotado de presença humana ou da presença da imagem do deus cultuado.   Segundo Hegel:

É impossível indicar um espaço que seja espaço para  si; sempre  é  espaço ocupado e nunca distinto daquilo que o ocupa.2

Hegel difere, assim, de Kant e Schiller que viram a arquitetura como uma arte do espaço subjetivamente percebido, uma arte da fruição espacial, como uma espécie de música congelada.  Hegel vê a arquitetura como o ramo artístico no qual a matéria, a gravidade, e a pedra, tem predominância sobre a forma.  Esse primado conferido ao conteúdo não significa que a figuração seja supérflua.  Figura e conteúdo não são vistos como duas substâncias estranhas uma à outra, mas como resultado da capacidade que o conteúdo possui de realizar-se dando a si a figura que lhe convenha.  A figura assegura ao conteúdo a sua presença real, sua existência concreta.  O conteúdo é determinante não porque possa considerá-lo em si mesmo, mas porque ele determina a figura particular.  Apreender o conteúdo é pois captar a razão que o faz assumir tal figura, captar na figura a razão da figuração.

Vendo a arquitetura como ramo artístico há que lembrar que para Hegel existe um objeto na arte, uma realidade específica que implica na razão de ser do belo.  A arte não pode ser confundida com o direito, a família, a sociedade civil e o Estado, mas, também não pode ser entendida como desligada dos mesmos.  A arte à partir de Hegel tende a ser  vista como constituinte, como uma dimensão da própria realidade, e não como algo limitado à obra de arte específica.   Hegel chega mesmo a anunciar a morte desse tipo de arte.   É acercando-se dessa dimensão do conteúdo da arte, que Hegel consegue chegar à ideologia em que se move a época da arte em questão.

Segundo o pensamento de Hegel a simples opinião do perceptor da obra de arquitetura não pode produzir mais do que uma estética formal, vazia quanto ao objeto da obra e da correlação dos significados estéticos, implicando na negação do conteúdo e resultando numa estética anti-expressionista e anti-cognitiva.
Também a arte é vista por Hegel como em desenvolvimento, até atingir a expressão da época da burguesia progressista  no poder.  Passaria lógica e não cronologicamente por três etapas: o da arte simbólica, o da arte clássica, e o da arte romântica.

A arte simbólica busca realizar a união entre a significação interna e a forma exterior; a arte clássica encontrou essa realidade na representação da individualidade substancial dirigindo-se à nossa sensibilidade; e a arte romântica, essencialmente espiritual, a ultrapassou.3

Nessa ordem evolutiva, a arte tenderia a aproximar-se da sua essência, da sua deter-minação histórica: constituir a expressão sensível de um povo na história.  Em sua evolução histórica, a arte tenderia, portanto, a ser de domínio coletivo, abandonando a individualidade substancial e assumindo a condição de expressão sensível coletiva de todo um povo.

O que Hegel não consegue, em sua avançada avaliação da arquitetura, é objetivar plenamente o conteúdo humano e social da mesma.  A formulação de um método dialético, limitado ao plano filosófico, não o liberta de uma visão sistêmica, no melhor estilo de Baumgarten e Visher, classificando a arte por ramos artísticos e por épocas, e atendo-se à conceituação da especificidade de cada um.   Não havendo atingido a clareza de Marx quanto ao materialismo histórico, não pode esclarecer a interação das diferentes formas de conhecimento, como por exemplo, entre o conhecimento científico e o artístico.

É por isso ainda, que para a arquitetura, ele cai em contradição com a sua conceituação geral de espaço.  O espaço, visto por Hegel como aquilo que dá à arquitetura a sua autonomia como ramo artístico, é muito mais uma questão locacional do que uma expressão objetiva da realidade maior, do que uma categoria de totalidade, como o viram posteriormente Marx e Engels.  Em que pese reconhecer tratar-se de um espaço ocupado, é forçado a dar maior atenção à expressão artística veiculada pelos componentes construtivos ou, na melhor das hipóteses, pela imagem do deus a ser cultuado no templo.  A solução deste problema só começaria a ser possível com a evolução do materialismo para a sua condição histórico-dialética,  unindo as diferentes  formas de conhecimento num todo cognitivo maior, em reflexo à totalidade do real.


Apologética e romantismo, traços do historicismo burguês.

Desde Voltaire até meados do século passado não houve dúvidas quanto à questão da objetividade do conhecimento histórico.  É no fim do século XIX, também conhecido como o século histórico, que começaram a surgir dúvidas com relação às ciências históricas.  Até então todos os fenômenos sociais, e até mesmo os naturais, eram explicados historicamente. Não se reconhecia nenhum método de esclarecimento como melhor que o genético.  Todas as pesquisas eram dirigidas no sentido de se encontrar a origem das situações consideradas.   Para reestruturar-se um serviço público, ou mesmo  para  modificar-se uma lei, incumbia-se uma  comissão a tarefa de investigar a história da mesma.  As universidades encheram-se de cátedras de história, ampliou-se o mundo dos arquivos e implantaram-se museus por toda parte.  Os orçamentos passaram a contemplar um sem número de historiógrafos, de catedráticos em história, de intendentes de arquivos e de museus, encarregados de dedicarem-se a questões de história.   Nos currículos, tanto do ensino primário como do secundário,  história passou a ser uma matéria obrigatória.4

No fim do século passado, entretanto, começaram a surgir dúvidas, ou melhor, contradições no campo das ciências históricas.  Os funcionários da história já haviam passado a ver as suas funções como algo em si mesmo e decididamente não sentiam-se impelidos a duvidar do sentido das mesmas.   Foi no campo da teoria do conhecimento que as dúvidas começaram a surgir.  A função apologética do conhecimento histórico burguês começou a ser posta em questão.  A burguesia europeia atingira o ponto mais alto dentro da formação social; nas grandes exposições internacionais, embevecia-se com as suas conquistas técnicas; seus filhos faziam comércio em todo o mundo, ao mesmo tempo em que dirigiam indústrias, comandavam exércitos, administravam as instituições públicas, eram investidos como juízes e jurados nos mais diversos tribunais, davam conferências nas universidades e escreviam nos jornais.   Mas é então, também, que começam a manifestarem-se as críticas teorias quanto ao socialismo.  Fugindo ao controle da burguesia surgia e crescia o movimento trabalhista.  Na Alemanha e na França, onde os historiadores haviam dominado plenamente o mundo da cultura, a crítica socialista aparecia também ela baseada em conhecimento histórico.  As teorias do socialismo despontavam como de caráter científico.  Se essas novas teorias eram tão válidas quanto as da apologética burguesa, algo estava necessariamente errado.  E se as teorias do socialismo, apresentadas por Sombart, Mehring, Engels e Marx eram corretas, constituíam armas temíveis e terríveis contra o poder da burguesia.5

Quais foram os grandes princípios considerados pelos historiadores do século passado?   Qual a visão de sociedade que impregnou as apresentações históricas em questão?  Os arrazoados de teoria do conhecimento do historicismo burguês eram extremamente vagos.   A categoria comum aos mesmos foi a do Estado.   O Estado surgiu na Idade Média nas cidades italianas, socialmente ligado aos burgueses bem estabelecidos.  Surgiu em oposição ao feudalismo como il stato, essencialmente distinto das formas conhecidas de polis, de império, de regnum, e de terra.   Sua força maior se evidenciaria na condição de Estado Nacional.

No pensamento burguês a criação do Estado é vista como o principal dos processos históricos.  O Estado torna-se a espinha dorsal da História.  Os fenômenos históricos ordenam-se dentro da configuração do Estado, se não cronologicamente, pelo menos teleológicamente.   O Estado segundo a visão burguesa torna-se absoluto e o moderno Estado Nacional é visto como o resultado último do processo maior da História.

Sob a proteção desse Estado e dentro de seus limites, --  segundo a visão que a burguesia faz da sociedade  -- ,  a vida social desabrocha em todo o seu fulgor, enquanto a cultura floresce como as plantas do mais belo jardim.   Que riqueza de cores e de espécies!   Germinam as indústrias, nascem cidades fabris e brotam bairros operários, enquanto os lírios da arte e as rosas da poesia abrem em flor.  Tudo sob a guarida do estado.  Tudo cresce segundo leis próprias, cabendo ao Estado somente dar a sua proteção sob forma de um incentivo fiscal aqui, de uma barreira alfandegária ali, e afugentar devidamente as ameaças do movimento sindical e dos partidos obreiros.   É nesse amplo jardim que os historiadores botanizam.   O da história literária cuida de suas plantas, o de história da arte das suas,  e o da arquitetura das suas, assim como o de história das técnicas e o de história econômica das suas.  Todos despreocupados uns dos outros.  Esporadicamente um historiador geral contempla todo o jardim estatal de forma abrangente.  O Estado só deve intervir quando necessário restabelecer a tranquilidade da sociedade estabelecida.

Mas como é que surgiu esse Estado?  O pensamento burguês supõe que tenha surgido fruto de desenvolvimento.  De um desenvolvimento contínuo e em uma direção dada.   Edmund Burke (1729-1797) foi quem primeiro defendeu a teoria de um desenvolvimento calmo e contínuo, buscando legitimar o reformismo burguês.  Queria, com isso, encobrir a imagem real de uma Inglaterra intranquila e revolucionária.   Procurou incutir na burguesia  inglesa uma imagem apoiada em analogias tomadas de empréstimo às ciências naturais, diferente das suscitadas pela Revolução Francesa.  Munido dessa teoria o Estado Nacional deveria passar a construir a sua própria história, segundo a sua conveniência, evitando acontecimentos e aborrecimentos ahistóricos.

O conceito de desenvolvimento passou a ser o método historicista burguês e o enfoque genético o seu fulcro.  Sobre esta base surgiu toda uma hermenêutica, imposta às universidades num exemplo o mais brilhante de ditadura do método sobre o conhecimento.  Quando se quer algo esclarecido historicamente, pensa-se para trás buscando a sua gênese.   Depois sugere-se etapas de desenvolvimento insinuando que o mesmo se dá por mudanças contínuas numa direção dada.   Essa direção na realidade é definida por uma situação atual, forçada a ser vista como resultado da história.  O trabalho despendido nas universidades para definir essas sequências de desenvol-vimento é enorme.  Além do perigo dessas definições sequenciais incorporarem uma dimensão metafísica, implicam no risco da problematização projetar-se sobre o passado, impondo formas de pensar estranhas a situações distintas das atuais.

A historiografia do século passado foi, dessa forma, altamente apologética e cumpriu perfeitamente o papel ideológico antes exercido pela religião.  A falta de uma análise sociológica mais rigorosa permitiu afirmações sem validade científica, enquanto que o método genético resultava em inúmeras configurações inverídicas mas favoráveis à visão de mundo burguesa.

Atualmente a historiografia busca métodos mais precisos e avalia suas fontes com mais segurança e empirismo, quando de pesquisas específicas.  Sua visão abrangente continua, no entanto, sobremodo metafísica.   Em vez de buscar solução para o problema, prefere fazer distinção entre pesquisa histórica e historiografia.  A primeira seria científica, enquanto que a segunda admitiria a especulação.

Para descrever uma sociedade ou um fenômeno social faz-se indispensável relatá-lo a um modelo básico sociológico.  Esse modelo não pode ser especulativo nem extraído do meramente aparente, mas formulado com base em categorias de validade universal, ou seja, científica.  Por princípio, um modelo sociológico tem que ser abrangente, tem que contemplar a ação recíproca das manifestações de vida da sociedade em questão, apoiado em categorias de validade comum a todas as sociedades: técnica, organização econômica, agrupamentos sociais, órgãos de poder e de exercício do mesmo, e técnicas sociais de questionamento.  Caberá, depois, ao historiador vestir  essas categorias com a roupagem particular e concreta de cada formação social, estudar a expressão da luta de classes, o caráter dos órgãos de poder e pressão, as ideologias com as quais o poder é disfarçado, num caso como se apresentam as funções de sugestionamento exercidas pela religião, noutro pelas formas de pensamento, inclusive as que se querem científicas.   De dentro desse quadro é que surgirão as respectivas galerias de personalidades e de atos históricos.  Inclusive quanto à arquitetura.

O realismo daqueles que passaram a defender os interesses dos simplesmente assalariados  ---  não proprietários de outros meios de produção que não a sua própria força de trabalho  --- e dos desprovidos em geral, reconheceram que a categoria fundamental do conhecimento histórico não podia ser o Estado Nacional e sim o fator trabalho.   Foi da análise acurada do processo do trabalho que surgiu a clareza quanto ao objeto social do casco construído dos assentamentos humanos; quanto a classes sociais, contradição de classes, modo de produção, modo de vida, órgãos de poder e aparelhos econômicos, bem como às formações socioeconômicas deles resultantes.

Claro que a escolha do que atender sob forma de arquitetura dependerá do interesse dos seus trabalhadores, ligados ao de seu público e o de sua época, mas a única forma de garantirem a vitalidade da arquitetura é relacioná-la ao fator trabalho e deixar arder em suas veias às chamas das contradições sociais, e tornar-se como arquiteto um agente da História; fazendo arquitetura fazer História.  Só isso é capaz de levar o conhecimento arquitetônico por novos e promissores caminhos.   Para sair de seu dilema, a arquitetura que insiste em apoiar-se no historicismo burguês tem que livrar-se de seus preconceitos sociais.


N o t a s :

1 Ver de Ernst Bloch: Sujeto-Objeto, el pensamiento de Hegel, Fondo de Cultura Economica, México, 1985.
      - A primeira fase, a lógica, está exposta por Hegel em Ciência da Lógica, a segunda em sua Filosofia da Natureza, e a terceira, a do Espírito Absoluto,  na Filosofia do Espírito.                                                                     
2. Ver História da Filosofia, vol. II, a parte dedicada a Hegel, Editorial Grijalbo, México, 1962. 
3. Ver de Peter Collins: Los ideales de la Arquitectura Moderna; su evolución (1750-1950),  o capítulo: "Nuevos conceptos del espacio".  G. Gigli, Barcelona,  1965, pp. 293-301.
4. Ver de Friedrich Engels: A Enciclopédia, parágrafo 284, Zusatz.
5. Ver de Friedrich Engels: Estética, Vol. II, p. 10, Guimarães Editores, Lisboa.
6. Ver Gérard Bras: Hegel e a arte, uma apresentação à Estética.  Zahar, Rio de Janeiro, 1990

Nenhum comentário:

Postar um comentário