terça-feira, 10 de novembro de 2015

Parte I

PARA NÃO FALAR DE ARQUITETURA SEM TER FEITO

Programação habitacional e respectivos projetos de arquitetura para a área do Projeto de Irrigação do Bebedouro, Petrolina, Pernambuco. Trabalho realizado
em convénio FAO/ONU — SUDENE — SUVALE

Arquiteto -- Frank A E Svensson                                                                                soluções estruturais — engenheiros Paulo Cordeiro Coutinho, José Raymundo Oliva e Waldomiro Almeida; área total — 10.000 há; área a ser irrigada 2.400 há.


Povoamento

Os padrões de povoamento da área do PIB são decorrentes da forma de parcelamento sugerida para a área agricultável, glebas de 5 a 15 ha do sistema de economia proposto, competitivo, e de organização do uso da terra unifamiliar com utilização de assalariados, bem como das diferentes características socioculturais da região e da população a ser aí implantada.

Uma primeira impressão por certo sugeriria a concentração da população em aldeias, proporcionando assim um nível mais elevado de sociabilidade. mas além de não haver nenhuma tradição de nucleamento na região e do fato de que tal objetivo só deve ser atingido através de etapas de superação, a forma de instalação habitacional no meio agrícola, ser, devida estar intimamente ligada à forma de uso da terra.

Diferentes experiências, em diferentes países, demonstram que o nucleamento total das moradias só se mostrou vantajoso quando houve incorporação das terras, sem reservas, em cultivos unificados, exigindo estorço continuo e repartindo os distintos trabalhos de forma consciente e programada.

Esse não é o caso proposto para a terra em questão. Dentro do tipo de organização aconselhado, a complexidade do trabalho a ser implantado pelos futuros proprietários, com técnicas e implicações totalmente novas, mesmo através de diferentes treinamentos, exigirá maior presença do proprietário, bem como de seus familiares e empregados assalariados junto no loca1 de trabalho, independente de horários determinados.

Considerando, portanto a estrutura de operação do PIB, e a forma tradicional de povoamento da região aconselharam uma etapa intermediária entre a habitação dispersa -- moradia isolada -- e aquela totalmente nucleada.

Assim o projeto prevê a divisão da área de Bebedouro em subáreas dimensionadas em função de :

- Distâncias máximas a percorrer por uma população não motorizada.
- Utilização de manchas de solo agricultável.
- População mínima a ser atendida pelos equipamentos básicos    


Planta geral da primeira etapa do Projeto Bebedouro – Petrolina PE



Posto de controle de tráfego

Está situado no ponto de acesso à área do PIB, abrigando as atividades de observação de veículos e permitindo espera de ônibus. Sobre dois maciços de alvenaria dispostos ao longo da estrada de acesso ao PIB se apóia uma casca formada por quatro membranas de concreto armado de 4 cm de espessura em parabolóide hiperbólico. Uma estrutura passível de ser construida com mão de obra da região, permitindo cobrir uma area de 144 m2  com somente dois pontos de apoio, utilizando 0.055 m3 de concreto por m2 e ferragem na ordem de 5 kg por m2 de área coberta, proporção que corresponde a 1,5% na relação ferro/cimento.









Estação principal de bombeamento



A estação principal de comceamento do PIB inclui um poço para assentamento de bombas, uma area para os comandos das mesmas, uma galeria para transformadores, uma area para reparos e depósito, e num pequeno sobrepiso um escritório com instalações sonitárias e uma varanda da qual se pode ter uma ampla vista do PIB.




Sub área 1

Cada sub área foi dotada de um núcleo de serviços com o equipamento básico: ensino, recreação, artesanato, saúde e comercio – indispensável à população. .Comportam ainda as moradias de técnicos e operários residentes no projeto, bem como dos colonos cujas glebas não estejam a mais de 1 km de distância.





Características dos diferentes tipos de moradia e equipamento

- Moradias destinadas a colonos

Com base em pesquisas de tipologia da habitação rural local, realizadas tanto pela Divisão de Habitaç5o da SUDENE como pela FCP, BNB e ANCAR PE -- Pesquisa piloto para um programa de habitação rural do NE ---, foram aplicados os seguintes pontos: construção de núcleos iniciais contendo -- cozinha/sala, 1 quarto, banheiro, lavandaria e alpendres -- comportando o indispensável para a acolhida imediata -- após um treinamento inicial de 3 meses -- do colono, permitindo diferentes alternativas de ampliação a serem feitas pelo próprio morador. Tais ampliações deverão ser feitas por financiamento e administração da cooperativa dos colonos.










Tipo de casa M-1 e M-2 para colonos, ampliáveis, propostas para o PIB












As moradias de tipo M-3 destinam-se a operários qualificados. Como este morador provém das áreas urbanas da região, principalmente de cidades ribeirinhas do Rio São Francisco, as observações se verificaram principalmente naquelas cidades, caracterizando-se pelos seguintes aspectos: casas construída em regime de “parede e meia”, formando arruamentos que possibilitam interessantes jogos de volumes; banheiro e lavandaria ligados à casa na parte externa da mesma, facilidade de ventilação proporcionada pela inexistência de forros; pelo emprego de elementos vasados, e pela conformação das paredes internas que só sobem ao nível da cobertura.









Moradias de tipo M-4 para técnicos de nível superior residentes no PIB

Essas moradias destinam-se a técnicos com formação de nível superior, oriundos de cidades do litoral, dotadas de universidade. Diferenciam-se das demmais moradias por: uma maior área de estar, pela anexação dos banheiros ao corpo da casa e pela inclusão de dependências para empregada e abrigo para carro.



Sub área 2                                                                                                                                            

                                                                           


Parte II

Programação habitacional e respectivos projetos de arquitetura para a área do Projeto de Irrigação do Bebedouro, Petrolina, Pernambuco. Trabalho realizado em convénio FAO/ONU — SUDENE — SUVALE

Arquiteto -- Frank A E Svensson

Soluções estruturais — engenheiros Paulo Cordeiro Coutinho, José Raymundo Oliva e Waldomiro Almeida; área total — 10.000 há; área a ser irrigada 2.400 há.


Equipamentos necessários ao funcionamento do PIB

Para os diferentes equipamentos – escolas, alojamentos, escritórios, galpões, cooperativas, -- foi observada uma racionalização dos processos construtivos empregados. Pela impossibilidade de uma previsão absoluta das necessidades a atender optou-se ppor um sistema modulado de fácil execução com mão de obra local, permitindo ampliações com um mínimo de dificuldades.

Do estudo dos diferentes programas a atender resultou um módulo de 7,5 por 7,5 m que disciplina tanto as soluções em planta como as estruturais e de cobertura. Os processos construtivos são os comuns da região: estrutura em concreto armado, vedações em alvenaria em tijolo manual e coberturas com telha canal cerâmicas e engradamento em madeira.

Obs. Com o andamento do projeto PIB surgiu na região uma miniempresa produzindo telhas e tijolos furados prensados.
Em todas as construções os materiais são usados sem revestimento. O respeito às condições locais exigiu soluções adequadas que se caracterizam pelo emprego de elementos vazados – cobogós, tijolos alternados e venezianas em madeira – por grandes varandas e beirais, bem como pelas paredes internas que não atingem à cobertura.






Escola rural existente na região do PIB

O governo do  Gal. Eurico Gaspar Dutra fez construir por todo o país um sem número de escolas primárias que ficaram conhecidas como escolas Dutra. Esta é uma delas construída com material fornecido por uma olaria artezal das cercanias. Constaram de uma ou várias salas de aula de 6 x 8 metros. Uma área coberta de mesmas dimensões e um terceiro módulo também de 6 x 8 ms comportando 1 quarto para professora residente, instalações sanitárias e local para preparação de merenda escolar.




















Parte III

Exemplo de projetos elaborados como funcionário em tempo integral da Divisão de Construções Escolares do Departamento de Recursos Humanos da SUDENE
Arquiteto -- Frank A E Svensson 


 Plantas tipo de Escolas Primárias em áreas rurais do Nordeste do Brasil


Projeto de Centro de Supervisão e Treinamento de professoras leigas – São Luís MA






Parte IV

Projetos de algumas residências para colegas da SUDENE.

Projeto de uma residência a ser construída em Bairro Novo - Olinda, Pernambuco
Proprietário — Dr. Aldo Freire 

Arquiteto Frank Svensson                                                                                                  
Solução estrutural — José Raymundo Oliva                                                                       
Área de construção 189 m2


A residência se destina a um casal de sociólogos, com um filho. O terreno --- 10 x 25m --- fica num local elevado da parte mais nova da cidade de Olinda, de onde se descortina uma paisagem marcada pelo mar e pela parte mais baixa da cidade.

Dada a exiguidade do terreno se optou por uma solução que o valorizasse ao máximo. Um muro de alvenaria de tijolos furados aparentes -- 10 x 20 x 30 cm --- o envolve, menos pelo lado que dá para a rua, servindo como paredes laterais e estrutura portante da casa.

A declividade natural do terreno sugeriu uma solução utilizando três níveis. No primeiro se situam abrigo para carro e acesso à casa; o quarto de empregada com respectiva instalação sanitária; a lavandaria e uma área posterior destinada a coradouro.

Nesse mesmo nível ainda está cozinha que se comunica espacialmente com a área de refeições. No segundo nível se encontram o estar, que se abre para a velha Olinda com suas igrejas e casarões, e a área de refeições voltada para um jardim interno se comunicando, ao mesmo tempo, com a cozinha e os quartos, situados no terceiro nível.

Neste, ambos os quartos, providos de sacadas, permitem ampla visão para o mar. A solução estrutural consiste na adoção de uma "bandeja" de concreto armado nervurada, se apoiando sabre os pilares de amarração do muro, e em algumas paredes internas. Sobre a "bandeja" estão os dois quartos e o banheiro. Como cobertura, uma moldura, com o mesmo tipo de nervuras, recebe uma casca em concreto armado 8,40 x 8,40m --- formada por quatro membranas em paraboloide hiperbólico ligadas entre si por nervuras de concreto armado. Apoia-se somente em dois pontos, permitindo, no mais, uma réstea de 10 cm de largura para ventilação e é revestida com pastilhas cerâmicas refletindo o insola mento.

Somente nos pontos de solicitação estrutural é que as paredes atingem os tetos. No restante permitem ampla ventilação e comunicação espacial. Uma casa que pelo total despojo de materiais a empregar vê ainda mais salientada a riqueza de seus espaços.  





Projeto para uma residência no bairro da Encruzilhada – Recife PE.

O projeto se caracteriza pela busca de síntese entre o espaço, os elementos estruturais -- grande cobertura e peças portantes da mesma. Os volumes básicos que definem as distintas funções da casa; entre o espaço interno e o corpo da casa e os muros; bem como pela busca do todo, através da valorização com mesma intensidade, das diferentes partes do terreno. As diferenças de nível, a ondulação da cobertura e os vazios de duplo pé-direito visam proporcionar uma movimentação rica e acolhedora. O respeito às marcantes condições climáticas da região, exigindo uma correta solução de ventilação e insolamento, sugerem o uso abundante de elementos vazados -- cabogós, muxarabís e venezianas --, de paredes internas que não atingem o teto, de grandes beirais, que além de sombreamento oferecem gradações entre o espaço externo e o  interno.

O elemento vazado da cobertura permite, na parte do jardim interno em talude, unia certa queda de chuva e tiragem de ar e, através de pequenos vidros -- às vezes de cor, a valorização, pela luz, da área de serviço. Os materiais a empregar: estrutura em concreto não revestido com lajes nervuradas, elementos de vedação em alvenaria revestida em côr branca, cobogós de concreto em cor forte, esquadrias em madeira envernizada ou encerada e piso em lençóis de cimento em cor; pela sua simplicidade visam a valorizar a riqueza espacial da casa.




Projeto de residencia em CASA CAIADA – Olinda PE










Parte V

Projetos em parceria com arquiteto Marcos Domingues da Silva *

Devo ao colega e amigo Marcos Domingues haver me tornado o pernambucano de coração que hoje sou. Pernambuco é um Estado que tem História da qual tem memória como poucos. Inteirar-se da mesma fez aumentar a minha sede de brasilidade.

Como arquiteto foi Marcos que me aproximou da pessoa e do pensamento de Evaldo Coutinho, para mim o maior nome da filosofia vitalista no Brasil, conscientizando-me da importância da existenciação para esclarecimento cognitivo do fenômeno da arquitetura, algo que enriqueceu a minha curiosidade por Marx.


Projeto de um templo evangélico junto ao Parque 13 de Maio – Recife PE

 Projeto de residência para a família Enario de Castro – Casa Forte, Recife


Projeto de um clube para operários das oficinas da REFESA em Jaboatão dos Guararapes - 1969






Projeto destinado à sede administrativa da REFESA Região Nordeste em Recife, Pernambuco.

Arquitetos — Frank Svensson e Marcos Domingues da Silva
Cálculo estrutural — Engenheiro civil - Amaro Pereira área construída — 11.000 m2 

Contexto urbano
A área destinada à localização do edifício projetado se caracteriza pela predominância de construções de pouca altura e è marcada pela presença do rio Capibaribe, da estação e do terminal da Rede Ferroviária do Nordeste, bem como da Casa de Detenção, hoje Museu de Artesanato e Folclore, elementos que em função c o significado histórico e sócio cultural podem ser considerados irremovíveis.

Localização
Optou-se por uma localização do edifício na área de confluência da rua do Sol com a rua Velha, tendo em conta os seguintes pontos: dimensões e conformação da área disponível; elementos dominantes do contexto edilício e natural; relacionamento entre as diferentes atividades da ferrovia; condições de ventilação e insola mento. 



Projeto
Além da preocupação em atender as solicitações técnico funcionais indicadas pelo programa, o projeto apresenta as seguintes características: o edifício se compõe de um corpo maior com três pavimentos, ligado em sua parte posterior a um corpo menor com dois pavimentos e uma torre com seis pavimentos que se ergue a partir do corpo maior, fazendo o edifício no seu conjunto ganhar escala e importância em, relação ao contexto urbano.

O conjunto propõe uma forma côncava voltada para o terminal ferroviário, permitindo uma melhor observância das atividades naquela esplanada. ao mesmo tempo, das fachadas opostas se descortina toda a planície por onde se espalha a cidade do Recife.

Implantação no casco urbano de Recife - aspectos considerados
Harmonia dos eixos dominantes do novo edifício com os da Casa de Detenção e da Estação Ferroviária Central bem como acomodação da forma à curva do rio naquele trecho.
Harmonia volumétrica entre o conjunto projetado e o contexto edilício.
Adoção de planos livres possibilitando a delimitação dos compartimentos por elementos móveis.
Solução estrutural que em síntese com a modelação espacial define o prédio, não se limitando apenas a função de elementos portantes.
Aplicação de materiais construtivos usuais na região.
Caracterização do prédio pela atenção aos aspectos climáticos, através do controle da ventilação e iluminação, pelo emprego de elementos vasados, beirais e brises soleil

Distribuição dos diferentes serviços
1º pavimento: áreas de acesso, hall principal, chefia do Departamento de Material, setores de pagadoria e diferentes setores do Departamento de Pessoal. Na parte central, pátio e área coberta destinada a exposições. Na parte posterior, alojamento para corpo de guarda, depósito e área coberta para estacionamento de veículos.

2º pavimento: chefia do Departamento de Finanças e Pessoal. Na parte posterior, a chefia e os diferentes setores do Departamento de Administração.

3º pavimento: Coordenadoria de Pessoal, diferentes setores do Departamento de Finanças e Setor de eletrotécnica.

4º pavimento: cantina, restaurante e terraço.

5º e 6º pavimentos: Departamento de Via Férrea Permanente.

7º pavimento: Departamento de Mecânica.

8º pavimento: Assistente Central Administrativo e. Departamento Jurídico.

9º pavimento: Superintendência e Assessores.

10º pavimento: Assistente Central de Operações.

Sub solo: máquinas, depósito e caixa forte.—sol







Fachada principal do Edifício sede da REFESA - Recife PE


Fachada lateral do edifício sede da REFESA - Recife PE

Projeto do Centro Político Administrativo do Estado do Mato Grosso – Cuiabá.

A escalada de demolições nas cidades históricas de Mato Grosso ensejou uma reação de caráter preservacionista, organizada nos anos 1970 pela intelectualidade cuiabana. Esse movimento redundará no tombamento, em nível federal, do centro antigo de Cuiabá em 1987. Nesse ínterim, obras estrategicamente periféricas favoreceram o patrimônio histórico da capital, ao nortear o crescimento urbano para além dos seus limites. Foi o caso do Centro Político-Administrativo – CPA (1972-76) construído no extremo leste da cidade, para abrigar a estrutura administrativa do governo estadual. Composta pelos arquitetos Júlio De Lá Mônica Freire, Manoel Perez, José Antônio Lemos, Moacyr Freitas, Sérgio de Moraes, Antônio Rodrigues Carvalho, Antônio Carlos Carpintero, assessoria de Frank Svensson e Paulo Zimbres, e coordenação geral de Sátyro Phol M. de Castilho, a equipe responsável pelo projeto submeteu os diversos edifícios governamentais a uma malha reguladora tão flexível quanto unitária. Procurou-se imprimir um acento regional ao vocabulário moderno, adaptando-o a certas condições do seu ambiente físico e cultural. A estrutura acomoda-se ao desnível do terreno, define amplos pátios arejados, além de exibir um mural do artista mato-grossense Humberto Espíndola. O projeto da mesma equipe para o CPA-I (1977-78), conjunto habitacional vizinho ao novo centro de poder, guarda analogias com os tipos tradicionais de moradia cuiabana, considerando suas alternativas de uso e ampliação.
Júlio De Lá Mônica Freire

O governador do Estado do Mato Grosso era JOSÉ FRAGELLI VERDÃO que se fizera conceituado como dinâmico e progressista.  O desenvolvimento do Estado evidenciava a necessidade de novos locais para sua administração. O Centro Histórico de Cuiabá não comportava terrenos vazios para tal empreendimento.

O governador de Mato Grosso, o prefeito de Cuiabá e outros auxiliares quando da escolha da área destinada ao Centro Político Administrativo daquele estado.

Formou-se para tanto um grupo de arquitetos todos recém-graduados pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília, encarregado de estudar e propor soluções para tanto. Estabeleceu se um convênio entre a mesma e o Estado do Mato Grosso. Como coordenador dos trabalhos foi designado o Secretário de Viação e Obras Sátyro Phol M. de Castilho. De parte da UNB fui escolhido como assessor da equipe assim formada.

Os jovens arquitetos tinham vivido intensamente a concretização do Campus da UNB sob direção de Oscar Niemeyer, devidamente assessorado por Herón de Alencar que por 5 anos fora Diretor do Departamento de Pedagogia e Desenvolvimento da Universidade Sorbonne em Paris, sob orientação do Padre Lebret.

Em termos de arquitetura nunca se trabalhara no Brasil tão objetivamente com o imprevisível. Era a hora de começar a pensar em meta projetos abertos a ampliações e acréscimos. Um fator que veio de encontro a isso foi o Ministério da Educação haver importado três enormes computadores de primeira geração que permitissem a consideração de muito mais variáveis que o funcionalismo gerado pela Revolução Industrial. Um desses foi localizado no Campus da Pampulha em Belo Horizonte.

Formou-se ali uma equipe liderada pelo arquiteto Alípio Castelo Branco assessorado por um Professor de Filosofia dedicado em tempo integral a estudar as implicações da aplicação da informática à produção de conhecimento. No campo da Teoria de Arquitetura surgiu como primeira grande estrela Christopher Alexander e suas argumentações.  A FAU UNB convidou o arquiteto português Nuno Portas para dar cursos antevendo as novas formas de produzir arquitetura. De Brasília passamos a conviver que e experiência da Pampulha.

       Vista aérea de edifícios no Campus da Pampulha - UFMG


                                         
     UFMG Edificação tipo no Campus da Pampulha em Belo Horizonte

Não deixamos de olhar de soslaio para o que estava acontecendo em Havana quanto ao projeto de sua nova Cidade Universitária, a USPJAE,

  

 Vista aérea do Centro Politico Administrativo do \Estado de Mato Grosso – Cuiabá


    Vista  da entrada principal do CPA do Governo de Mato Grosso em Cuiabá

                                      
     Vista de praça/jardim interno CPA do Estado do Mato Grosso em Cuiabá


     Vista do CPA do Estado do Mato Grosso esclarecendo se tratar de uma edificação de dois andares     mostrando solução de comunicação entre os mesmos. Solução também adotada quando de suas         praças internas..

Figura central para garantir a alta qualidade da construção do CPA foi o arquiteto Marcelo Fragelli chefe do escritório de arquitetura Projeto da Construtora Rabelo.

Um embaixador da Suécia em visita a Cuiabá admirou-se de haverem proposto um CPA, comportando inclusive o gabinete do governador, tão socialista em plena Ditadura |Militar.

Um candidato ao governo de Mato Grosso, posterior a José Fragelli, prometia se vitorioso, construir um Palácio de verdade . . . 

Em dezembro de 1972 vi-me forçado a deixar o Brasil para uma ausência involuntária de 16 anos. Fui enquadrado na lei de exceção 477 do Ato AI5 sendo anistiado somente em 1989.  Sucedeu-me como assessor da UNB junto ao projeto do CPA, o arquiteto Paulo Zimbres.