Svensson, Frank
PhD-Chalmers
Tekniska Högskola - Göteborg, Suécia
Professor titular na Universidade de Brasília
(Palestra
realizada no auditório da reitoria da Universidade Federal de Minas Gerais como
parte da Semana de Recepção dos Calouros de 2.000).
Introdução
Pode-se
vincular ética e cidadania à instituição universidade,
iniciadora de uma fase importante na vida de seus estudantes. Muito cedo ligado ao conceito de felicidade
(Platão, Aristóteles e outros), o conceito de ética buscava esclarecer os atos
humanos que seriam bons ou maus, conseqüentemente produtores de felicidade ou infelicidade. Dessa busca
emergiram atitudes normativas de comportamento (Spengler); e era pesquisado no
mundo das idéias um considerável apoio à formulação das normas comportamentais:
o que seria a verdade, o bom, o belo, a justiça,
etc.
Como forma de buscar
conhecimentos sobre o desconhecido, a religião foi rica fonte de referências,
atribuindo caráter de lei - e lei eterna - às regras éticas do comportamento.
Com
Kant, a formulação teórica de ética afastou-se da felicidade como motivação do
entendimento do que seja. Seu ponto
de partida passa a ser o sentimento de responsabilidade, de dever: Comporta-te sempre segundo uma máxima que
desejas transformar em lei para todos, afirmou. Nisso apoiaram-se os
decorrentes conceitos de legalidade
e de ilegalidade e outros pensadores
introduziram outros componentes na busca de conhecimento sobre ética. Alguns
salientaram a questão da virtude, da depuração dos desejos pessoais, a ponto de
se tornarem de validade coletiva. Dos distintos enfoques sobreveio o
questionamento: ética é a discrição
com que as pessoas se comportam ou uma prescrição
de como devem comportar-se? 1
Com Marx a ética reconhece sua ancoragem na base material da vida. Evidencia-se que a explicação do conceito de ética não deve ser procurada no mundo das idéias, porque depende da solução de conflitos sociais básicos cujas idéias formuladas até então não refletiram. O impulso social que cria condições econômicas de cooperação é fundamentado na eliminação das contradições de classes sociais e se reflete não só em níveis superiores de moralidade pública e de moralidade privada, mas numa diminuição dos conflitos entre si.
Com Marx a ética reconhece sua ancoragem na base material da vida. Evidencia-se que a explicação do conceito de ética não deve ser procurada no mundo das idéias, porque depende da solução de conflitos sociais básicos cujas idéias formuladas até então não refletiram. O impulso social que cria condições econômicas de cooperação é fundamentado na eliminação das contradições de classes sociais e se reflete não só em níveis superiores de moralidade pública e de moralidade privada, mas numa diminuição dos conflitos entre si.
O
corpo teórico de Marx fornece instrumentos metodológicos para avaliação da
realidade. Mostra como surgem e se desenvolvem historicamente relações
materiais entre pessoas e relações sociais entre coisas. Demonstra como a
propriedade privada está na raiz dos antagonismos entre as classes sociais e
revela a base material dos valores humanos. No capitalismo, os produtos do
trabalho são transformados em mercadoria, isto é, o valor de uso do que o homem
produz é transformado em valor de troca. À medida que o valor de troca se
sobrepõe ao valor de uso, o homem passa a viver um mundo virtual, o que traz incríveis problemas de ensino e aprendizagem. A
cultura do saber como as coisas são feitas e a cultura do fazer são
substituídas por um cotidiano impressionista
e virtual que distorce a ética da
vida em sociedade e distorce categorias de totalidade como democracia, cultura, conhecimento histórico e interpretações e práticas religiosas.
Quanto
às formas de produção de conhecimento
Florescidas
como resposta histórica à necessidade de um instrumento que permitisse produzir
conhecimento de forma coletiva, as universidades foram compreensivelmente
subjugadas aos interesses das classes dominantes.2 E a História como que providenciou novas
formas organizadas de produção de conhecimento em prol dos desfavorecidos:
organizações e partidos trabalhistas.
Entre as demais funções, os partidos políticos
têm a de produzir conhecimento. Por meio
de militantes e organizações de base captam os problemas da sociedade,
apreciam-nos e os transformam em linhas de ação política. Se se tenciona conhecer melhor os problemas da
dinâmica social, precisa-se recorrer à literatura dos partidos políticos como
sujeitos coletivos da dinâmica histórica.
As universidades nem sempre foram abertas a esse tipo de conhecimento,
insinuando estar ele carregado de "religiosidade filosófica", sem a
neutralidade por elas atribuída ao reconhecimento das ciências. Uma análise histórica constata porém que
significativos avanços das ciências humanas ocorreram quando partidos políticos
de esquerda atuaram na pesquisa em conjunto com as universidades.
À
época de Napoleão Bonaparte, com a École Polytecnique de Paris, notou-se na
arquitetura o avanço na direção dos desfavorecidos, tanto em termos de novos
programas como em formas de edificação. A partir do prédio do Conservatoire des
Arts et des Métiers se configurou o apoio às associações de esquerda nos
levantes de 1830, 1839, 1848 e 1849. Nasceu e desenvolveu-se o enfoque
trabalhista na sociedade com teorias de Saint-Simon, Fourier e Blanqui, por
meio de professores como Considerant, Proudhon, Auguste Comte.3
Da
República de Weimar surgiu a experiência da Bauhaus, que propugnou pela
interdisciplinaridade nas artes em vista de seu relacionamento com as técnicas
da sociedade industrial, experiência que o regime nazista dizimou por
identificar proximidade com o movimento trabalhista.4 No Brasil, a Universidade de Brasília teve contra
si as elites conservadoras, que aplicaram seu ideário e o braço armado para
exterminar a experiência do Instituto Central de Artes -- FAU e extirpar de
toda a UnB o interesse pelo materialismo dialético.
Hoje
se experimenta avançar o neoliberalismo na universidade, procurando afastá-la
dos problemas públicos nacionais. Se um
pesquisador se dispõe a defender Marx ou o socialismo na universidade
brasileira, perde qualquer oportunidade de apoio para o trabalho.
Quanto
à produção de conhecimento
Vale
relacionar o exposto com a produção de conhecimento na universidade. O conhecimento de qualquer setor da ação
humana implica vê-lo como resultado da ação recíproca entre sujeito e objeto. Freqüente é querer
reduzir o conceito de sujeito ao do profissional executor ou propositor de
determinada obra; reduzir Brasília, por exemplo, à condição de obra de Lúcio
Costa e Oscar Niemeyer. Se se reconhece
amplitude histórica ao conceito de sujeito, incluem-se muitos sujeitos mais: os
trabalhadores da construção, a visão de mundo de atores e autores, a política
desenvolvimentista do antigo PSD, a falta de experiências interdisciplinares (
só aplicadas após a experiência da SUDENE ) etc.
Quanto à subjetividade da
produção humana, pode-se escolher entre
continuar criando conhecimento a respeito da/e para a situação reinante
ou estabelecida, ou assumir uma posição interventora para transformá-la e
desenvolvê-la. Na segunda opção,
pergunte-se para quem e com quem se produz conhecimento;
admita-se a intersubjetividade na produção de conhecimento. Mesmo porque na
ação recíproca de dualidades ou
contradições quanto ao objeto considerado, o objeto social implícito
pode tender a se tornar sujeito social por meio de conquistas e reivindicações.
Na
medida em que a pesquisa nas ciências humanas e sociais se dá com a
participação de um co-sujeito ( não
só sobre um objeto ), visando à mudança social, faz-se referência a uma
pesquisa que em teoria é caracterizada por uma necessidade emancipadora. Do
ponto de vista filosófico, independentemente da posição política, a pesquisa
emancipadora ultrapassa o conhecimento empírico-analítico. É dialética. Sujeito
e co-sujeito atingem por meio da pesquisa emancipadora o grau máximo de
libertação prática, bem como o grau máximo de automodificação dentro do sistema
estabelecido.
Ao se considerar a unidade
entre filosofia e política, o problema ganha complexidade, porque não se trata
mais apenas da possibilidade de pesquisa, mas de intervenção na realidade. A existência de totalidade social passa a ser
determinante: relações histórico-concretas de poder num determinado nível da
luta de classes em uma situação objetiva e subjetivamente determinada.
É indispensável questionar: Será a pesquisa
interventora uma contribuição à luta pela superação do sistema? Ou a pesquisa interventora pode levar a
ilusões de mudar qualitativamente a sociedade estabelecida, limitando-se a
reformas do existente?
Embora não se possa responder
afirmativamente a tais questões, não parece positivo declinar da pesquisa interventora,
que pode representar filosófica e politicamente um resultado superior ao de uma
pesquisa positivista, de simples
observação. Evoluindo de uma pesquisa de
fatos isolados para uma pesquisa de aplicação social questionadora da estrutura
do capitalismo, não se reduz o nível da pesquisa quanto aos aspectos
específicos. A capacidade de o movimento
trabalhista conseguir elevar ou baixar o nível depende das transformações da
totalidade social. Enfrentar-se-á
inevitavelmente a questão: pode a pesquisa aplicada vir a ser uma pesquisa interventora, ou é
indispensável ser pesquisa de encomenda,
funcionar como braço prolongado do
Estado?
Limitações
do processo hipotético-dedutivo de pesquisa
Deve-se considerar as
exigências para que uma observação seja objetiva, e muitas delas são
correspondentes nos processos dialético de pesquisa e hipotético-dedutivo. Considere-se ainda que observar algo implica
distingui-lo, abstraí-lo do contexto, transformá-lo em objeto,
objetivá-lo. Daí ser tão difícil ao homem analisar-se, visto ser necessário
transformar a si mesmo em objeto, em algo fora, para poder observar.
Em arquitetura, as exigências de validade e
intersubjetividade estão presentes na
observação e principalmente da contemplação do objeto considerado. Como definir o conceito de validade em
pesquisa? Quais os critérios para algo ser considerado válido ou não? Ao se
admitir a necessidade de ação recíproca entre o sujeito e o objeto por ele
observado, ultrapassam-se os limites aceitos para a pesquisa no campo das
ciências naturais e infringe-se a concepção corrente do que seja ciência,
conhecimento válido.
Do ponto de vista marxista,
objetivação implica intersubjetividade concreta, não intersubjetividade por
substituição, em que se opera com um co-sujeito simplesmente imaginado, mas na comunicação concreta entre sujeito e objeto. Conhecimento, compreensão, reconhecimento,
verdade e sentido têm de emergir livremente do diálogo. Quando o diálogo é
reprimido ( e o é na sociedade capitalista ), o que vale? Esta questão é da
maior importância, quando se considera um trabalho de pesquisa.5
Não só se trata de um problema filosófico, como
eminentemente prático. A objetivação na pesquisa, quando desenvolvida segundo o
método hipotético-dedutivo, com ajuda da ciência social empírico-analítica e da
concepção advinda das ciências naturais, implica reduzir intersubjetividade a
uma substituição de subjetividade, de colocar-se imaginativamente no lugar do
co-sujeito. Os pesquisadores concordam que a objetivação do sujeito é incerta,
dada a relatividade dos instrumentos de aferição.
Quer-se saber: a objetivação é
irrelevante para uma pesquisa
emancipadora? A resposta é que a
pergunta não pode ser formulada assim. Há que considerar que em questionários
sobre a dimensão social da arquitetura, principalmente quando o diálogo é
reprimido, entendimento e sentido não são criados só por pesquisadores
“competentes”, mas na ação recíproca sujeito x objeto social da arquitetura, ou
seja, dentro da ação recíproca entre sujeito e objeto. Não se trata de
esclarecer o certo ou o errado, mas de
superar o estado de repressão do diálogo.
Surge a questão fundamental: que grau de objetivação devemos perseguir?
A objetivação possível depende de os fenômenos serem levados em conta como
objetos de aferição. Em determinadas relações de poder, essa questão é
decisiva.
E a objetivação tem importância
especial para a pesquisa histórica porque o entendimento do passado é tão
importante quanto o do presente e o do futuro. No passado se encontram
vestígios de poucas classes dominantes, ao passo que os vestígios das grandes massas
permanecem nebulosos. No entanto, os
dados a respeito da vida e do pensamento das massas são fundamentais para a
compreensão das culturas.
Por que não se investe muito mais na
pesquisa histórica para aumentar a compreensão do homem como sujeito da realidade?
Por que os poucos historiadores no Brasil só consideram válidos para o
conhecimento da realidade de hoje os vestígios das classes dominantes?
Podem justificar-se alegando que o modo de
vida é objeto da etnologia, não de outras áreas específicas; mas se o objetivo é
esclarecer o fenômeno quanto à sua totalidade, não podemos limitar-nos a uma só
disciplina. Isso mostra que vivemos numa
sociedade onde só uma pequena elite exerce influências dominantes.
Considere-se o livre diálogo, que gera a
intersubjetividade, contra o diálogo limitado, que gera a subjetividade
substituível. A subjetividade por substituição surge independente da estrutura
da sociedade? Serão totalmente independentes da sociedade os pesquisadores
tidos como “competentes”? A aferição da competência tem a ver com necessidades
sociais, que por sua vez não existem fora das relações? Os valores de aferição
da competência dos pesquisadores surgiram da comunicação com a sociedade sob a
forma de círculo dos “competentes”.
Após perguntar sobre a
comunicação entre pesquisadores e sociedade, observe-se que sempre houve
comunicação entre pesquisadores “competentes” e alguns na sociedade, suscitando a relevante questão: comunicação
com quem na sociedade? Com o senhor ou com o escravo? Com o opressor
ou com o oprimido? Aqui o conhecimento é
exposto a uma escolha, se é certo que
reinam contradições entre interesses antagônicos na sociedade.
Se a exigência da pesquisa empírico-analítica se restringe a uma
co-subjetividade por substituição, enquanto a exigência da pesquisa
emancipadora é de intersubjetividade concreta, a pesquisa emancipadora é mais
científica. Paradoxalmente, a ciência vista a partir de Marx é tida pelos
“competentes” como menos científica. Trata-se, pois, de uma questão de poder na sociedade. A constatação é que
a primeira forma de ver a pesquisa não se deixa superar apenas por reflexão
conceptual. Faz-se necessária a conquista do poder na sociedade pelos
oprimidos, para denunciar a atual ilegitimidade e o abuso de poder.
Pesquisa
e pedagogia
A busca de conhecimento que admite a
intersubjetividade concreta tem caráter pedagógico. Enriquecida a relação
objeto/sujeito com a relação sujeito/co-sujeito, composta por pessoas de igual
validade, torna-se instrutiva para variados setores do conhecimento. A relação
sujeito/co-sujeito implica equiparação das partes, mas como na sociedade
capitalista a relação eu-tu é substituída pelas relações eu-isso, eu-aquilo,
ela é forçada a inventar relações substitutas da relação eu-tu.
Uma parte dessas substituições
ocorre na educação, principalmente na
dimensão formativa da educação. Resgatar
a unidade pesquisa x ensino é tarefa cognitiva, pedagógica, política, não
apenas nas universidades. Implica trabalhar cooperativa e respeitosamente
sujeito e co-sujeito, forma muito distinta daquela em que o arquiteto
"imagina" ser usuário dos espaços que propõe e pertencer à classe
social do usuário.
Marxismo
ou positivismo na pesquisa?
Nas ciências, um método
processual caracteriza-se por evidenciar a validade de uma teoria (ou de
hipóteses dela derivadas), por meio de observações da vida em sociedade. Esclarecem-se pressupostos e as hipóteses são
confirmadas. Confirma-se repetidamente
algo já conhecido, um entendimento já
esclarecido. Forma-se um processo
"circular" de reafirmação em que verificações e confirmações são
vistas dentro dos limites de compreensão permitidos pela teoria considerada. À
nova experiência, obtida por meio de consideração científica, é adicionado um princípio apriorístico. É uma
tendência do método hipotético-dedutivo, da ciência empírico-analítica sob
enfoque positivista.
O outro método consiste em indagar a necessidade de
uma estrutura de categorias. A atividade científica procura entender o fenômeno
dando novo sentido à estrutura de categorias ou substituindo-a por uma nova que
permita a profunda compreensão do fenômeno. Ultrapassa-se o conhecimento tomado
como ponto de partida para a pesquisa, e o resultado evidencia sempre que as
categorias inicialmente consideradas não foram suficientes para entender o
fenômeno.
No enfoque positivista o resultado é dado de
antemão, impregnado de cores ideológicas, porque para o positivismo a ciência
deve ser objetiva e neutra. Se o cientista contentar-se com
isso, estará no terreno da trivialidade.
Caso não se contente com o já conhecido, entrará nas controvérsias, campo que não fornece de antemão o prático, o
objetivo e o neutro, visto que as definições são sempre motivo de luta.
Geralmente, entende-se por objetividade o
ater-se à coisa considerada ( = ser trivial ). A coisa considerada pressupõe
uma definição que na prática será controvertida. Uma definição pressupõe uma
avaliação. Avaliações partem de pressupostos(visão de mundo, paradigma, quadro
de referências). E não se estabelece, pois, distinção absoluta entre coisa e
avaliação da coisa, justamente o que defendem os positivistas, que aceitam como
dado a coisa. Fazem da trivialidade uma
tautologia ( a coisa é a coisa ) e subestimam a exigência de objetividade da objetividade.
Quanto
à comunicação do conhecimento
Um aspecto fundamental do método
emancipador é sua relação com a língua como principal meio de comunicação, como
o meio de comunicação mais usado na produção do conhecimento, além da ação
recíproca língua x pensamento e entre pensamento, língua, corpo, sentidos,
ação.
Entre língua e atividade humana
existe uma interação que desaparece na pesquisa empírica. Exatamente pela
relação próxima sentimento x ação, essencial é questionar a tendência de fazer
diferença entre expressões descritivas (palavras) e expressões emotivas. Dialeticamente, expressões emotivas têm sentido
descritivo; e expressões descritivas, sentido emotivo. Que se esclareça a
relação entre palavra e poder.
A língua é um dos principais meios de apoio à
repressão pela classe dominante. O mito de palavras puramente descritivas
expressa um enfoque a-histórico, abstrato, que não permite entender como
palavras isoladas são usadas em relações de poder como descritivas (neutras), ou emotivas
(carregadas de valor e de partidarismo): patrão x empregado; capitalista x
proletário etc.
Conflitos entre organizações,
partidos etc. não ocorrem no vazio, mas num todo espiritual onde os interesses
do capital dispõem de mecanismos materiais de poder que lhes possibilitam impor
definições do que seja "justo", "correto",
"realista", "sensato", "razoável"...
Afirme-se, atividade social
implica estrutura lingüística, na relação dialética de uma ação coletiva que se
sobrepõe à língua e cria uma língua decorrente. Por outro lado, com sua
relativa autonomia, a língua limita a ação social. Depreenda-se, a linguagem
pode ser usada - consciente ou inconscientemente - na luta social. Já à
formulação de um problema, reside sua resposta; e certas interpretações são por
definição excluídas na formulação.
Quando o escravo, o servo ou o
operário pensam em formular o problema posto pelo senhor, dono ou patrão, e a
comunicação entre eles não se estabelece, a língua comunica e garante a
intersubjetividade implícita à produção de conhecimento útil à cidadania?
Produzir conhecimento significa
ligar sentimentos e idéias a sentimentos e idéias do povo, estabelecer fluente
comunicação entre a universidade e as demais formas organizadas da sociedade.
Para que se possa ultrapassar sentimentos e idéias, e formar, e educar, e
captar a resposta do povo
Notas:.
1.
Ver de William Ash: Marxismo e Moral. Zahar Editores. Rio de Janeiro, 1965.
2
. Ver de S. D'Irsay: Histoire des Universités. Paris, e de R.
F. Butts: A cultural History of education.
Ed. Mc. Graw Hill. Nova Yorque.
3.
Ver de Florence Bourillon: "Les Insurrections Parisiennes" em 1794-1994 -- Le Conservatoire National des arts et métiers au coeur de Paris.
Délégation à l'action artistique de al ville de Paris, 1994.
4.
Ver de Giulio Carlo Argan: Walter Gropius
y el Bauhaus. Editorial Visión.
Buenos Ayres, 1957.
5.
Ver de Regi Th. Enerstvedt: Vetenskap som
pedagogik -- en analys av vetenskapens medel och mål ( Ciência como pedagogia -- uma análise dos meios e fins da ciência
). Ed. Prisma. Estocolmo, 1971.
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