PARA NÃO FALAR DE ARQUITETURA SEM TER FEITO
Programação
habitacional e respectivos projetos de arquitetura para a área do Projeto de
Irrigação do Bebedouro, Petrolina, Pernambuco. Trabalho realizado
em
convénio FAO/ONU — SUDENE — SUVALE
Arquiteto -- Frank A E Svensson soluções
estruturais — engenheiros Paulo Cordeiro Coutinho, José Raymundo Oliva e
Waldomiro Almeida; área total — 10.000 há; área a ser irrigada 2.400 há.
Povoamento
Os padrões de povoamento da área do PIB
são decorrentes da forma de parcelamento sugerida para a área agricultável,
glebas de 5 a 15 ha do sistema de economia proposto, competitivo, e de
organização do uso da terra unifamiliar com utilização de assalariados, bem
como das diferentes características socioculturais da região e da população a
ser aí implantada.
Uma primeira impressão por certo
sugeriria a concentração da população em aldeias, proporcionando assim um nível
mais elevado de sociabilidade. mas além de não haver nenhuma tradição de
nucleamento na região e do fato de que tal objetivo só deve ser atingido
através de etapas de superação, a forma de instalação habitacional no meio
agrícola, ser, devida estar intimamente ligada à forma de uso da terra.
Diferentes experiências, em diferentes
países, demonstram que o nucleamento total das moradias só se mostrou vantajoso
quando houve incorporação das terras, sem reservas, em cultivos unificados,
exigindo estorço continuo e repartindo os distintos trabalhos de forma
consciente e programada.
Esse não é o caso proposto para a terra
em questão. Dentro do tipo de organização aconselhado, a complexidade do
trabalho a ser implantado pelos futuros proprietários, com técnicas e
implicações totalmente novas, mesmo através de diferentes treinamentos, exigirá
maior presença do proprietário, bem como de seus familiares e empregados
assalariados junto no loca1 de trabalho, independente de horários determinados.
Considerando, portanto a estrutura de
operação do PIB, e a forma tradicional de povoamento da região aconselharam uma
etapa intermediária entre a habitação dispersa -- moradia isolada -- e aquela
totalmente nucleada.
Assim o projeto prevê a divisão da área
de Bebedouro em subáreas dimensionadas em função de :
- Distâncias máximas a percorrer por
uma população não motorizada.
- Utilização de manchas de solo
agricultável.
- População mínima a ser atendida pelos equipamentos básicos
Planta geral da primeira
etapa do Projeto Bebedouro – Petrolina PE
Posto de controle de tráfego
Está situado no ponto de
acesso à área do PIB, abrigando as atividades de observação de veículos e
permitindo espera de ônibus. Sobre dois maciços de alvenaria dispostos ao longo
da estrada de acesso ao PIB se apóia uma casca formada por quatro membranas de
concreto armado de 4 cm de espessura em parabolóide hiperbólico. Uma estrutura
passível de ser construida com mão de obra da região, permitindo cobrir uma
area de 144 m2 com somente dois pontos de apoio,
utilizando 0.055 m3 de
concreto por m2 e
ferragem na ordem de 5 kg por m2
de área coberta, proporção que corresponde a 1,5% na relação ferro/cimento.
Estação principal de bombeamento
A estação principal de
comceamento do PIB inclui um poço para assentamento de bombas, uma area para os
comandos das mesmas, uma galeria para transformadores, uma area para reparos e
depósito, e num pequeno sobrepiso um escritório com instalações sonitárias e
uma varanda da qual se pode ter uma ampla vista do PIB.
Sub área 1
Cada sub área foi dotada de
um núcleo de serviços com o equipamento básico: ensino, recreação, artesanato,
saúde e comercio – indispensável à população. .Comportam ainda as moradias de
técnicos e operários residentes no projeto, bem como dos colonos cujas glebas
não estejam a mais de 1 km de distância.
Características dos diferentes tipos de moradia e
equipamento
- Moradias destinadas a
colonos
Com base em pesquisas de tipologia
da habitação rural local, realizadas tanto pela Divisão de Habitaç5o da SUDENE
como pela FCP, BNB e ANCAR PE -- Pesquisa piloto para um programa de habitação
rural do NE ---, foram aplicados os seguintes pontos: construção de núcleos
iniciais contendo -- cozinha/sala, 1 quarto, banheiro, lavandaria e alpendres
-- comportando o indispensável para a acolhida imediata -- após um treinamento
inicial de 3 meses -- do colono, permitindo diferentes alternativas de
ampliação a serem feitas pelo próprio morador. Tais ampliações deverão ser
feitas por financiamento e administração da cooperativa dos colonos.
Tipo de casa M-1
e M-2 para colonos, ampliáveis,
propostas para o PIB
As
moradias de tipo M-3 destinam-se a operários
qualificados. Como este morador provém das áreas urbanas da região,
principalmente de cidades ribeirinhas do Rio São Francisco, as observações se
verificaram principalmente naquelas cidades, caracterizando-se pelos seguintes
aspectos: casas construída em regime de “parede e meia”, formando arruamentos
que possibilitam interessantes jogos de volumes; banheiro e lavandaria ligados
à casa na parte externa da mesma, facilidade de ventilação proporcionada pela
inexistência de forros; pelo emprego de elementos vasados, e pela conformação
das paredes internas que só sobem ao nível da cobertura.
Moradias de tipo M-4 para
técnicos de nível superior residentes no PIB
Essas moradias destinam-se a técnicos com formação de nível superior,
oriundos de cidades do litoral, dotadas de universidade. Diferenciam-se das
demmais moradias por: uma maior área de estar, pela anexação dos banheiros ao
corpo da casa e pela inclusão de dependências para empregada e abrigo para
carro.